Carta aberta ao NMPD

Caro Rogério!

Gosto de esperar o tempo operar a maturescência das ideias, por essa razão ainda não tinha me manifestado sobre a coletânea do Novo Movimento Poético de Dourados. Mas, hoje, venho aqui e deixo registrado a minha avaliação e sentimentos. 

Parabenizo os diretamente envolvidos na organização do NMPD que resultou nessa coletânea maravilhosa e no lançamento tão justo e acolhedor, que trouxe a coexistência sem a competição. 

Sabemos que em nosso país a cultura é vista como inimiga, e, entendemos a cultura como uma produção humana, e como tal está sujeita às nuances que compõem nosso cotidiano e sua valorização exige uma luta constante e diária.

É de grande relevância nos depararmos e desfrutarmos de eventos como a FELIT-MS (Feira da Literatura de Mato Grosso do Sul), de nos depararmos com obras tão preciosas da nossa literatura e com autores intensamente comprometidos com ela. 

Somos palavras, somos arte, somos música! Somos vida que pulsa incessante e não exige muito, pede apenas que tenhamos despertos nossos sentidos. E foi com esse propósito e sentimento que desfrutei cada momento do lançamento da coletânea do NMPD, que ficou maravilhosa.

Foi com esse sentimento que abracei e recebi abraços poéticos e sorrisos que elevam a alma. Quando recebi o convite para participar, relutei, acostumada que estou com a correria diária, pois desde a minha infância, ao escrever poemas e poesias, os via como um suspirar da alma, para me trazer de volta aos sentidos, as humanidades, aceitei ao convite e desde o primeiro momento fui tratada com muito acolhimento e respeito. E o resultado não poderia ser outro, a gratidão em forma de palavras, em forma de coletânea, na forma de um novo movimento poético.

Em nosso país, e também aqui na cidade de Dourados, muitos foram e são os poetas e poetizas que ficaram perdidos em nossas memórias, outros que ocupam lugar especial, outros são nosso exemplo de (re)existir, de acreditar que cultura enobrece a alma e abranda as agruras de nossos dias.

Que as letras não são meros amontoados que compõem as palavras, e sim, trazem e fazem sentido no conjunto da obra que chamamos de vida.

Há ainda muitos nomes esquecidos, e outros que merecem ser exaltados na cultura douradense, é por essa razão que desejo vida longa ao NMPD e, atuando juntamente com a ALBD e ADL, no sentido de promover e trazer a cultura cada vez mais perto das pessoas que não sabem ou esqueceram como despertar os sentidos da coexistência humana. Trazendo sorrisos e abraços poéticos para saciar nossa sede diária de cultura.

Parabéns, Rogério Fernandes Lemes, Marcos Coelho, Denise Caramori e demais que estiveram diretamente envolvidos no nascimento e primeiros passos do NMPD.

Dourados, MS – Dez/2022

Ilsyane Kmitta